segunda-feira, 29 de agosto de 2011

DANÇANDO COM MICHAEL


A pergunta que não quer calar: Michael era poeta? Na opinião dos fãs e da tradutora Thereza Christina Rocque da Motta era sim e dos bons. Quem teve acesso ao livro lançado em 1992 nos Estados Unidos e à edição lançada no ano de sua morte também em língua inglesa pode conferir, mas agora chegou o momento dos brasileiros terem sua própria versão em português.

O encontro entre Thereza Christina e Leandro Lapagesse se deu há um ano e meio quando a dona da Ibis Libris Editora foi conhecer o livro do fã que contava suas loucuras pelo ídolo, incluindo a história de como conseguiu ir ao velório de Michael. Foi neste dia que a editora teve o primeiro contato com o livro de Michael e fez a mesma pergunta: Ele era poeta? E em seguida: Ele era bom?

Thereza Christina Motta traduziu
o livro de MJ
Thereza se apaixonou pelo texto sensível do astro pop e rapidamente comprou os direitos da versão em português. É a primeira tradução do livro "A Dança dos Sonhos". Para quem quiser conferir se ele era bom mesmo, basta chegar hoje à Livraria Saraiva no Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro e ouvir a leitura dos poemas pela boca de artistas como Cláudia Jimenez, Armando Babaioff, Bruno Garcia, Maria Clara Gueiros e Lúcia Mauro Filho, além da presença de Nikki Goulart, sósia de Michael. 

O lançamento será às 19h e acontece no sábado também em São Paulo na Livraria da Vila, às 14h.

Mas a data de hoje não foi escolhida ao acaso para o lançamento. Michael Jackson faria 53 anos nesta segunda-feira. É motivo de sobra para comemorar em grande estilo.

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A Dança dos Sonhos
Poemas e Reflexões
Michael Jackson
Trad: Thereza Christina Rocque da Motta
Ibis Libris Editora
Preço: R$ 70,00

Na próxima segunda tem Noite Maiakovski no Arte em Andamento! Prepare seus poemas!

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

COMPANHIA DE SEGUROS CANCELA EXPOSIÇÃO COM TEMÁTICA HOMOSSEXUAL EM LISBOA



Uma exposição do artista plástico português João Pedro Vale, com inauguração prevista para 2 de Setembro no Espaço Arte Tranquilidade, em Lisboa, foi cancelada ontem por uma questão de homofobia, adiantou o artista ao jornal português PÚBLICO. A direção de marketing da Tranquilidade comunicou-me hoje por telefone que o projecto no seu todo poderia suscitar polêmica e não era compatível com os valores da empresa, diz João Pedro Vale.

A exposição, intitulada “P-Town”, cuja montagem deveria começar em 31 de Agosto, baseia-se numa coleção de fatos históricos ocorridos na cidade norte-americana de Provincetown, onde João Pedro Vale e o seu parceiro artístico Nuno Alexandre Ferreira estiveram em residência artística. Uma das peças era uma ‘fanzine’ cuja capa mostra um monumento transformado em símbolo fálico; outra, é um conjunto de toalhas de praia com inscrições em ‘stencil’ de frases como: ‘Legalize butt sex’ [“legalizem o sexo anal”] ou ‘AIDS is killing artists, now homophobia is killing art [“a sida está a matar os artistas, a homofobia está a matar a arte”], explica o artista.

Contactado pelo PÚBLICO, Luís Toscano Rico, diretor de marketing da empresa, não negou que a exposição tenha sido cancelada, mas preferiu não fazer comentários. Remeteu esclarecimentos para as galerias com as quais a Tranquilidade tem parcerias.

O Espaço Arte Tranquilidade, gerido pela Companhia de Seguros Tranquilidade, tem um acordo com três galerias de arte de Lisboa, que ficam responsáveis pelas propostas de programação do espaço. Um delas é a Galeria Filomena Soares, que habitualmente representa João Pedro Vale. O diretor da galeria, Manuel Santos, disse que está de férias e não tem conhecimento “de nada”.O problema, aqui, era não só a imagem fálica da ‘fanzine’, que propus que fosse utilizada como ‘banner’ na fachada do espaço e num anúncio pensado para o jornal Expresso, mas também a temática gay do meu trabalho, sublinha o artista. Não me falaram da questão gay, mas disseram que o problema era a temática geral.

Apesar de o cancelamento da exposição ter sido feito por telefone, João Pedro Vale garante que marcou por email uma reunião com o diretor de marketing da Tranquilidade e que essa reunião aconteceu nesta terça-feira. Foi aí que começaram a levantar problemas, relata. Foi-me dito que a exposição poderia ferir a sensibilidade dos ‘stakeholders’ da Tranquilidade, foi essa a palavra utilizada, e pediram-me para deixar as fotografias das peças para que eles reflectissem sobre o assunto. Toda a gente naquela reunião percebeu que se estava a falar de uma situação de lápis azul.

João Pedro Vale, 34 anos, assina várias obras de temática homossexual. Expõe individualmente desde 2000. Nesse ano, apresentou um conjunto de peças intitulado “Don't Ask, Don't Tell, Don't Pursue”, em referência à política das Forças Armadas norte-americanas que proibia os militares homossexuais de revelarem a sua orientação sexual. Em Novembro de 2009, apresentou na sala de cinema pornográfica Paraíso, em Lisboa, o filme “Hero, Captain and Stranger”, com cenas explícitas de sexo entre homens. Em Novembro de 2010 apresentou no Cinema Nimas, em Lisboa, o filme “English As She Spoke”, sobre um emigrante adolescente que descobre a homossexualidade nos EUA.


Fonte: Jornal Público


Confira a Agenda da Confraria para saber todos os eventos que serão realizados.


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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

SEMEAR ARTE É UMA MISSÃO


Ontem, depois de meses de espera, a livraria República do Bardo foi inaugurada na Av. Rainha Elizabeth, Copacabana. A noite desta quinta-feira deixou em todos nós a marca indelével da missão que existe em todo artista. 

Pensando nisso, o Arte em Andamento desta segunda será um chamado para que todos nós assumamos a missão de semear arte por todos os cantos. Não há terra infértil, onde se colocar a semente, nascerá e dará bons frutos. 

A Fazenda Tolstói nos recebe mais uma vez para o sarau que fará sua edição 57 nesta segunda-feira, às 20h. A entrada é franca e o espaço é aberto aos artistas que quiserem se apresentar. Traga poemas, instrumentos musicais, compartilhe arte e afeto.

Para confirmar nosso compromisso, Bruno Henríquez inspirou-se no tema para criar a filipeta. Frutos coloridos, uma árvore com galhos brilhantes num túnel de cores onde pessoas dançam felizes. Uma forma psicodélica de demonstrar a felicidade que só a arte e o amor podem gerar. A frase é trecho de um poema de Anne Morrow Lindbergh, esposa do primeiro homem a cruzar o Atlântico de avião numa viagem América - Europa. 

Venha fazer arte conosco!

Sarau Arte em Andamento
Edição 57
22/08 às 20h
Na Fazenda Tolstói
Rua Álvaro Ramos, 394 - Botafogo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DIA NACIONAL DAS ARTES - UMA REFLEXÃO

O Artista - foto de A. Leitão

Hoje é dia nacional das Artes. Vamos comemorar! Vamos celebrar nossa batalha diária de trabalhar com arte, de fazer nossos pais, namorados e amigos compreenderem que de fato trabalhamos e muito. Mesmo que o dinheiro no final do mês nos obrigue a trabalhar em outras frentes para não morrermos de fome e muito menos dormirmos ao relento. Melodramático demais, não?

O fato é que podemos comemorar sim. Anteontem o governo do Rio lançou seu plano de editais 2011 / 2012 com uma gorda quantia para distribuição em diversas áreas. Até pra quem vive de funk o negócio tá virando. Mas ainda há muito que se fazer. Enquanto damos o prêmio Anta do Ano para Paulo Henriques Britto, o poeta que acredita haver apenas 300 leitores de poesia no Brasil, nos esquecemos que como ele, muitos outros pensam de modo semelhante. 

O que nos leva a pensar mais acerca do público de arte. Ah! O público. O bom e velho problema que ao mesmo tempo é nossa solução. Reclamamos do público fraco, do público que vê apenas as "pecinhas comerciais de stand up ou humor fácil". Feito comadres, passamos a separar o que é e o que não é artístico (neste momento me lembro do famoso texto de Gullar na voz de Antônio Abujamra). 

Levi Van Veluw
Paulo Autran, o grande ator, dizia que gostava de assistir a tudo. Tudo o divertia, tudo era teatro. Me parece que estes atores da velha guarda conseguem se divertir mais do que nós pretensos artistas da nouvelle vague brasileira. Gostamos de arte, gostamos de fazer arte e gostamos mais ainda quando nossos iguais nos reconhecem. E torcemos o nariz para os stand ups da vida, mas de fato, quantos de nós já os assistimos? Enquanto Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Ítalo Rossi e sua companhia dos sete faziam teatro a rodo, nós nos permitimos ficar dois, às vezes três anos, sem montar nada porque entramos na onda do processo. Tudo é processo... E como todo processo, tudo demora...

Há de tudo: peças que só fazemos para festivais, diretores que vivem correndo atrás de editais, atores que só fazem aquilo que lhes apetece. Temos de tudo, sim senhor! Mas hoje em dia precisamos ganhar dinheiro. Mas como vamos ganhar dinheiro se não trabalhamos? E dá-lhe editais. Só queremos trabalhar se o edital sair e garantirmos nosso ano de ensaios e 20 apresentações. Falamos tanto de futebol, mas acho que nosso jogo também tá meio emperrado por falta de paixão.

Nem todo mundo é assim. Não vamos generalizar, mas cabe aqui uma defesa de advogado do diabo, será que não estamos burocratizando demais nossa profissão? Será que as faculdades que frequentamos não estão servindo para construirmos nossos próprios guetos e esquecermos do principal? Afinal, para quem fazemos arte?

Por
Jean Cândido Brasileiro

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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

NOVO PONTO DE ENCONTRO LITERÁRIO


Copacabana vai sair ganhando a partir do dia 18 de agosto. Mais precisamente, a Rua Rainha Elizabeth. Vamos explicar melhor. A poeta e tradutora Thereza Christina Rocque da Motta, dona da Ibis Libris Editora em sociedade com Gláucio Pereira, da livraria Museu da República e o advogado Gustavo Carvalho Miranda, inaugurará sua própria livraria.

Da paixão por Shakespeare surgiu o nome República do Bardo, mesmo que a poeta tenha maiores afinidades pela monarquia. Como as livrarias comandadas por Gláucio mantém o termo República, sua sociedade com Thereza não seria diferente.

A livraria funcionará na Av. Rainha Elizabeth, 122 - Copacabana. A seu lado fica um charmoso café - Apetite. O acervo será prioritariamente de poesia e teatro e provavelmente em breve se tornará um delicioso ponto de encontro de bons e novos amigos.

A localização não poderia ser melhor. A avenida leva o nome da rainha da Bélgica que passou a se dedicar às artes após a morte de seu marido, o Rei Alberto I.

A inauguração será marcada pelo retorno do sarau Ponte de Versos, evento que existe há 12 anos e coordenado pela poeta e coincidirá com o aniversário de 11 anos da editora Ibis Libris. Fique ligado para fazer parte dessa nobreza.

Livraria República do Bardo
Inauguração: 18/08
Av. Rainha Elizabeth, 122 - Copacabana


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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O RETORNO DA CONFRARIA


A Confraria de Arte Brasileira traz de volta o Arte em Andamento para o Rio de Janeiro. O projeto, que estava em recesso desde Abril, retoma suas atividades com a edição 56 do sarau. Apesar de ter acontecido na programação alternativa da Festa Literária Internacional de Paraty (Off Flip 2011), a Confraria estava com dificuldades de encontrar espaço ideal no Rio de Janeiro.

Quem recebe esta edição do Arte em Andamento é a Fazenda Tolstói. A casa, que serviu de residência para a saudosa atriz Zilka Salaberry, eternamente em nossa memória como a D. Benta do Sítio do Picapau Amarelo, está se preparando para se tornar um centro cultural.

A edição do sarau acontecerá nas dependências da espaçosa cozinha da casa com direito a cafezinho aos convidados. A produção do projeto pede aos confrades que tragam suas xícaras, além dos poemas, instrumentos musicais e demais manifestações.

A ideia é que o Arte em Andamento vá se transformando cada vez mais num grande coletivo que ocupe o espaço inteiro. "Estamos repensando a estrutura de apresentação do projeto e várias mudanças podem ser esperadas para quem já conhece o Arte em Andamento. Uma coisa, entretanto, garantimos. O espaço da poesia está reservado e o aconchego tão peculiar dos nossos saraus também", afirma Jean Cândido Brasileiro, diretor do projeto.

Estão todos convidados para esta festa das artes, na Rua Álvaro Ramos, 394 - Botafogo. Para quem não conhece, esta rua fica próxima da Rua da Passagem. Abaixo, inserimos o mapa. O horário é o mesmo: 20h e vamos até 1 da manhã. Ah! E a entrada é franca.


Acesse o evento criado no facebook e confirme seu presença!


Exibir mapa ampliado

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O RETORNO DO PEQUENO GIGANTE



A noite da última terça-feira foi emblemática para o Rio de Janeiro. Muitos podem nem ter conhecimento disso ou não terem notado, mas uma verdadeira aurora boreal se formou a partir do centro da cidade, ali na Cinelândia. Na noite de ontem, cerca de oito e meia da noite, o presidente da Funarte declarou reaberto, depois de oito anos, o Teatro Dulcina. 

Fechado depois de uma profunda decadência, quando muitos acreditaram que não haveria mais volta, o teatro, inaugurado em 1935 como Teatro Regina e comprado por Dulcina de Moraes e seu marido Odilon Azevedo em 1952, quando o nome foi alterado para Teatro Dulcina. Vendido na década de 70 para o Ministério da Edução e Cultura, o Dulcina passou por um profunda restauração, retornando ao seu aspecto original art decó.

A noite contou com a presença de Sérgio Mamberti, responsável pela obra em sua gestão da Funarte e com a ministra da cultura Ana de Hollanda. Após os discursos de abertura e um depoimento emocionado de Nicete Bruno, ex-aluna de Dulcina, o público foi agraciado com trechos de uma entrevista dada pela atriz lidos no palco por Bibi Ferreira, Marília Pêra e Nathália Timberg. 

foto: Jean Cândido Brasileiro
A programação especial de reinauguração do teatro traz espetáculos com Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Os Fodidos Privilegiados - companhia que nasceu no Dulcina sob a batuta de Antônio Abujamra, Ponto de Partida - companhia mineira e fecha em Setembro com espetáculo de Peter Brook. Para conhecer a programação completa, acesse o site da Funarte.



ARTE EM ANDAMENTO DE VOLTA!
Nesta segunda-feira, 8 de agosto, às 20h, o Arte em Andamento realiza um retorno aos saraus. Será na Fazenda Tolstói, novo espaço que se propõe à dedicação às artes. A casa foi residência da atriz Zilka Salaberry e em homenagem realizaremos um sarau na cozinha da casa (que já é bem grande). 
Rua Álvaro Ramos, 394 - Botafogo.
A casa fica perto do Bar Bukowski.