segunda-feira, 29 de junho de 2009

O DIA DE CLÁUDIO MANOEL DA COSTA


A edição 15 do Sarau Arte em Andamento é bastante especial.

A edição acontece entre alguns importantes momentos para nosso movimento: fizemos no sábado o Arraial Arte em Andamento, estamos nos preparando para a Off-Flip 2009 e junto com tudo isso fechamos o primeiro semestre de existência do projeto.

O Arte em Andamento iniciou sua caminhada no dia 15 de dezembro de 2008 e de lá até este momento muitas vitórias e desafios foram apresentados no caminho.

A edição desta segunda contará com a presença mais que especial de nossos parceiros Pablo Henrique e Sarah do Projeto Psyou.

O recital poético será em memória de Cláudio Manoel da Costa, poeta do século XVIII, falecido em 04 de julho de 1789 (há exatos 220 anos) e nascido há 280 anos.

O espaço fica sempre aberto para quem quiser chegar e se apresentar.

Traga seus poemas, instrumentos musicais e venha fazer conosco uma linda festa das artes!

Cláudio Manoel da Costa

Cláudio Manuel da Costa nasceu em Mariana-MG, a 4 de junho de 1729 e faleceu em Ouro Preto, a 4 de julho de 1789

Tornou-se conhecido principalmente pela sua obra poética e pelo seu envolvimento na Inconfidência Mineira. Contudo, foi também advogado de prestígio, fazendeiro abastado, cidadão ilustre, pensador de mente aberta e mecenas do Aleijadinho.

Com vinte anos embarcou para Portugal, com destino a Coimbra, em cuja Universidade se formou em cânones. Entre 1753 e 1754, voltou ao Brasil, voltando-se à advocacia em Vila Rica (hoje Ouro Preto), jurista culto e renomado da época, ali exerceu o cargo de procurador da Coroa, desembargador, também exerceu por duas vezes o importante cargo de secretário doGoverno. Por incumbência da Câmara de Ouro Preto elaborou "carta topográfica de Vila Rica e seu têrmo" em 1758.

Por sua idade, boa lição clássica, fama de doutor e crédito de autor publicado, exerceu Cláudio da Costa ali uma espécie de magistério entre os seus confrades em musa, maiores e menores, que todos lhe liam as suas obras e lhe escutavam os conselhos, era uma das figuras principais da Capitania.

Aos sessenta anos foi comprometido na chamada Conjuração Mineira. Preso e, para alguns, apavorado com as conseqüências da tremenda acusação de réu de inconfidência, morreu em circunstâncias obscuras, em Vila Rica, no dia 4 de julho de 1789, quando teria se suicidado na prisão.

Os registros da trajetória da vida de Cláudio revelam uma bem sucedida carreira no campo político, literário e profissional. Foi secretário de vários governadores, poeta admirado até em Portugal e advogado dos principais negociantes da capitania no seu tempo. Acumulou ampla fortuna e sua casa em Vila Rica, era uma das melhores vivendas da capital. Sólida econstrução que ainda lá está a desafiar o tempo.

A memória de Cláudio Manuel da Costa, porém, não teve a mesma sorte. Até hoje paira sobre ele a suspeita de ter sido um miserável covarde que traiu os amigos e se suicidou na prisão. Outros negam até a própria relevância da sua participação na inconfidência mineira, pintando-o como um simples espectador privilegiado, amigo de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, freqüentadores assíduos dos saraus que ele promovia.

Cláudio tentou, ele próprio, diminuir a relevância da sua participação na conspiração, mas estava apenas tentando reduzir o peso da sua culpa diante dos juizes da devassa. Os clássicos da historiografia da inconfidência mineira são unânimes em valorizar sua participação no movimento. Parece que ele era meio descrente com as chances militares da conspiração. Mas não deixou de influenciar no lado mais intelectualizado do movimento, especialmente no que diz respeito à construção do edifício jurídico projetado para a república que pretendiam implantar em Minas Gerais, no final do século XVIII.

É Patrono da Academia Brasileira de Letras. Glauceste Saturnino (ou Glauceste Satúrnio), pseudônimo do autor, faz parte da transição do Barroco para o Arcadismo. Seus sonetos herdaram a tradição de Camões.

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