O Arte em Andamento homenageará o poeta gaúcho Augusto Meyer, nascido em 24 de janeiro de 1902. O Sarau mantém sua tradição de abrir espaço para toda manifestação artística e convida aos poetas, atores, músicos e demais artistas para participarem conosco e realizarmos uma linda festa das artes.
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Augusto Meyer
Augusto Meyer (Porto Alegre, 24 de janeiro de 1902 — Rio de Janeiro, 10 de julho de 1970) foi um jornalista, ensaísta, poeta, memorialista e folclorista brasileiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filologia.
Era filhos dos imigrantes alemães Augusto Ricardo Meyer e Rosa Meyer.
Colaborou em diversos jornais do Rio Grande do Sul, especialmente no Diário de Notícias e Correio do Povo, escrevendo poemas e ensaios críticos. Estreou na literatura em 1920, com o livro de poesias A ilusão querida, mas foi com os livros Coração verde, Giraluz e Poemas de Bilu que conquistou renome nacional. Foi diretor da Biblioteca Pública do Estado, em Porto Alegre.
Convidado por Getúlio Vargas para organizar o Instituto Nacional do Livro, transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1937, junto a um grupo de intelectuais gaúchos. Foi diretor do INL durante cerca de trinta anos. Em 1947 recebeu o Prêmio Filipe de Oliveira na categoria Memórias e, em 1950, o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da obra literária.
Gaita
Augusto Meyer
Eu não tinha mais palavras,
Vida minha,
Palavras de bem-querer;
Eu tinha um campo de mágoas,
Vida minha,
Para colher.
Eu era uma sombra longa,
Vida minha,
Sem cantigas de embalar;
Tu passavas, tu sorrias,
Vida minha,
Sem me olhar.
Vida minha, tem pena,
Tem pena da minha vida!
Eu bem sei que vou passando
Como a tua sombra longa;
Eu bem sei que vou sonhar
Sem colher a tua vida,
Vida minha,
Sem ter mãos para acenar,
Eu bem sei que vais levando
Toda, toda a minha vida,
Vida minha, e o meu orgulho
Não tem voz para chamar.
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