quinta-feira, 9 de julho de 2009

O SÁBADO DE VILLA LOBOS

O Arte em Andamento dá mais um passo e agora realiza uma matiné.

Será um sarau na tarde deste sábado, 11/07, a partir das 16h, com a mesma cara do nosso tradicional sarau às segundas-feiras.

O sarau será em memória ao compositor brasileiro Heitor Villa Lobos, falecido há 50 anos e haverá também a exibição do curta-metragem de 15 min: "Filhos do Vento" que conta um pouco sobre a vida dos ciganos.

Quem nos recebe agora é a loja GARIMPO CULTURAL em Copacabana (na Galeria ao lado da Modern Sound).

Esperamos os poetas e músicos que terão o espaço aberto para mostrar seu trabalho.

Villa Lobos

Heitor Villa-Lobos, (RJ 05.03.1887 - RJ, 17.11.1959) aprendeu as primeiras lições de música com o pai, Raul Villa-Lobos, funcionário da Biblioteca Nacional, que morreu em 1899. Ele lhe ensinara a tocar violoncelo usando improvisadamente uma viola, devido ao tamanho de "Tuhu" (apelido de origem indígena que Villa-Lobos tinha na infância).

Sozinho, aprendeu violão na adolescência, em meio às rodas de choro cariocas, às quais prestou tributo em sua série de obras mais importantes: os Choros, escritos na década de 1920. Casou-se em 1913 com a pianista Lucília Guimarães. Após viagens pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, no final da década de 1910, ingressou no Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro (atualmente Escola de Música da UFRJ), mas não chegou a concluir o curso, devido à desadaptação - e descontentamento - com o ensino acadêmico.

Suas primeiras peças tiveram alguma influência de Puccini e Wagner, mas a de Stravinsky foi mais decisiva, como se vê nos balés Amazonas e Uirapuru(ambos de 1917). Apesar de suas obras terem aspectos da escrita européia, Villa-Lobos sempre fundia suas obras com aspectos da música realizada no Brasil. Utilizava sons da mata, de eventos indígenas, africanos,cantigas, choros, sambas e outros gêneros muito utilizados no país.

O meio acadêmico desprezava o que escrevia, até que uma turnê do pianista polonês Arthur Rubinstein pela América do Sul, em 1918, proporcionou uma amizade sólida, que abriria as portas para a mudança de Villa-Lobos para Paris, em 1923. Na Semana de Arte Moderna, em 1922, ficou famoso um episódio em que o compositor é chamado ao palco e entra com um dos pés calçado de sapato e o outro de sandália, com uma atadura chamativa no dedão. Interpretada como uma atitude de vanguardismo provocativo, Villa-Lobos é vaiado; depois viria a explicar que o ferimento era verdadeiro, demonstrando sua ingenuidade ante as reações ardorosas despertadas pelo evento.

Passou duas longas temporadas na França, o maior reduto musical da época, através da ajuda financeira da família Guinle. Residiu em Paris entre 1923e 1924, e de 1926 a 1930, quando voltou ao Brasil para participar de um programa de educação musical do governo de Getúlio Vargas. Nesse tempo, a influência de Stravinsky foi sobrepujada pela da música brasileira, seja a indígena, seja a dos chorões. Essas duas vertentes são bastante marcantes nos catorze Choros.

Os temas nordestinos viriam a se fazer mais presentes na década de 1930, ao lado da inspiração reencontrada em Bach. O ano de 1930 deu novo rumo à vida do compositor, pois conseguiu concretizar seu projeto de introduzir a disciplina Canto Orfeônico (coral) nas escolas de ensino médio de todo o país, por intermédio da confiança depositada pelo interventor do Estado de São Paulo, João Alberto, aliado de Getúlio Vargas.

Foi professor catedrádico de Canto Orfeônico do Colégio Pedro II,no Rio de Janeiro. Desse projeto, destacaram-se os concertos ao ar livre com a participação de milhares de alunos. Um desses concertos, no estádio São Januário, contou com quarenta mil vozes e a presença do presidente Getúlio Vargas. Em 1936, pediu separação de sua primeira esposa e se uniu com Arminda d'Almeida Neves, a "Mindinha", com quem viveu até a morte. Na década de 1940, Villa-Lobos conheceu os Estados Unidos.

Teve ótima aceitação de suas obras e a definitiva aclamação. Diversas orquestras estado-unidenses lhe encomendaram novas composições, bem como de instrumentistas renomados que lá moravam ou se apresentavam. Se na metade de sua vida, seu eixo fora Rio-Paris, agora passava a ser Rio-Nova Iorque. Mesmo com o sucesso, nunca foi rico; também não teve filhos.

Em 1947, em Nova Iorque, sofreu a primeira intervenção cirúrgica para tratar do problema que tiraria-lhe a vida doze anos mais tarde, pouco mencionado em suas biografias: o câncer de bexiga, possivelmente causado por seu vício em charutos.

Recuperou-se e ganhou mais vigor para compor. Na sua última década de vida surgiram as cinco últimas sinfonias, os seis últimos quartetos de cordas, quase todos os concertos (exceto o primeiro para piano e o primeiro para violoncelo), sua ópera Yerma, a suíte A Floresta do Amazonas e diversas obras de câmara, como a Fantasia Concertante para Violoncelos (1958) e oQuinteto Instrumental, paraflauta, violino, viola, violoncelo e harpa (1957).

Em nova viagem a Paris, em 1955, gravou algumas de suas obras mais importantes, regendo a ORTF (Orquestra da Rádio-Teledifusão Francesa), mais de sete horas de música, remasterizadas na década de 1990, e atualmente disponíveis em CD. Em 1959, regeu sua última gravação, à frente da Symphony of the Air, justamente A Floresta do Amazonas, e voltou para o Rio de Janeiro, onde veio a falecer poucos meses depois, em sua casa.

Villa-Lobos se incomodava muito com o título de compositor brasileiro. Ele sempre fazia questão de dizer que era compositor do mundo, afinal ninguém fala de outros compositores como Mozart,Bach, etc., dizendo que são de determinados países.

(fonte: Wikipedia)

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