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Em memória a Castro Alves, o "Poeta dos Escravos" vamos trazendo a participação musical de Teresa Onã e Grupo Sírè.
Além disso, o curta-metragem da noite é "O Som e O Resto" de André Lavaquial, único curta brasileiro exibido no Festival de Cannes e vencedor do premio de melhor fotografia e direção da ABI associação brasileria de imprens. Imperdivel!
Em nosso blog, também estão disponíveis informações sobre a próxima edição do Projeto Arte em Andamento e também fotos de todas as edições anteriores.
Temos também mais um apoiador, o Club Antonieta. A boate funciona como um clube de amigos onde só entra quem tem nome na lista ou quem vem acompanhado de outra pessoa que já frequenta o lugar. No AGENDA ARTE EM ANDAMENTO você conhece um pouco mais sobre o Club que libera a entrada dos amigos do Arte em Andamento pelo preço cobrado aos nobres sócios do espaço.
E como sempre, o espaço fica aberto para quem quiser se apresentar e mostrar seu trabalho. Traga seus poemas, instrumentos musicais, performances e venha fazer uma grande festa das artes!
Abraços e até lá!
Castro Alves
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847 em Curralinho, na Bahia. Em 1862 foi para o Recife com o intuito de estudar Direito. Lá, além de iniciar o seu romance com a atriz portuguesa Eugênia Câmara, percebe também os primeiros sintomas da tuberculose.
Em 1864, após ser reprovado nos primeiros exames necessários para a admissão na faculdade, ingressa na Faculdade de Direito, porém dedica-se mais à poesia do que aos estudos. Nesse período conhece Tobias Barreto, a quem tanto admirava e cujas idéias liberais passou a seguir.
Em 1867 abandona definitivamente o Recife e vai para Salvador, onde é encenada a peça "Gonzaga" ou "Revolução de Minas" de sua autoria.
Em 1868 vai para São Paulo acompanhado de Eugênia Câmara e do amigo Rui Barbosa, com quem fundou uma sociedade abolicionista, e matricula-se no terceiro ano da Faculdade de Direito do largo São Francisco, onde declama pela primeira vez o poema "Navio Negreiro". Ainda nesse ano é abandonado por Eugênia e, durante uma caçada, fere acidentalmente o pé com uma arma de fogo. Esse acidente provocou a amputação de seu pé e, logo em seguida, sua tuberculose agrava-se e o poeta vai para a Bahia, onde falece em 6 de julho de 1871.
A obra de Castro Alves, o poeta dos escravos, foi fortemente influenciada pela literatura político-social de Vitor Hugo. O poeta cultivou o egocentrismo, porém, diferentemente dos românticos tradicionais, interessou-se também pelo mundo que o cercava e defendeu a república, a liberdade e a igualdade de classes sociais. Castro Alves, segundo Jorge Amado, teve muitos amores, porém, o maior de todos eles foi a Liberdade.
Se por um lado a temática social adotada por Castro Alves já o aproximam do Realismo, por outro a sua linguagem, repleta de figuras de estilo (metáforas, comparações, personificações, invocações, hipérboles, típicas do condoreirismo), o enquadra perfeitamente no movimento Romântico. Além disso, o poeta não deixou de lado a poesia de caráter lírico-amoroso, cultivada por todos os escritores de sua época. Mas, diferentemente de seus contemporâneos, raramente idealiza a figura feminina; ele nos apresenta uma mulher mais concreta, mais próxima de um ser de "carne e osso", mais sensual.
A obra de Castro Alves é composta por:
- Espumas Flutuantes (1870);
- Gonzaga ou a Revolução de Minas (1875);
- A Cachoeira de Paulo Afonso (1876);
- Vozes d'África e Navio Negreiro (1880);
- Os Escravos (1883).
Trecho
I
ERA O TEMPO em que as ágeis andorinhas
Consultam-se na beira dos telhados,
E inquietas conversam, perscrutando
Os pardos horizontes carregados...
Em que as rolas e os verdes periquitos
Do fundo do sertão descem cantando...
Em que a tribo das aves peregrinas
Os Zíngaros do céu formam-se em bando!
Viajar! viajar! A brisa morna
Traz de outro clima os cheiros provocantes.
A primavera desafia as asas,
Voam os passarinhos e os amantes!...
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