Além do recital poético, tivemos a exibição do curta-metragem "Dó", dirigido por Mariana Coli, com a participação dos atores José Araújo e Leonardo Brito.
Numa noite muito especial, tivemos Pedro Ivo mostrando suas composições, além de Thiago Affonso tocando e mostrando em dueto com José Araújo sua versão para "Falando de Amor", música de Edu Lobo e Tom Jobim.
Sobre Raul Bopp
Raul Bopp, gaúcho nascido em 1898 e falecido no Rio em 1984, é um dos nomes fundamentais da primeira geração do Modernismo.
Raul Bopp perambulou o Brasil adentro e o mundo a fora. Bacharelou-se em Direito e exerceu diversas e disparatadas profissões: jornalista em Porto Alegre e São Paulo, pintor de paredes em Cuiabá, caixeiro de livraria em Buenos Aires, Secretário do Conselho Federal do Comércio Exterior e, finalmente, diplomata. Foi cônsul em Kobe, Los Angeles, Zurique, Barcelona, secretário de embaixada em Lisboa, ministro na Guatemala. Em Yokohama, no Japão, fundou o "Correio da Ásia" e com José Jobim publicou "Sol e Banana", estudos de economia brasileira.
Participou ativamente da fase polêmica do modernismo em São Paulo. A princípio compôs o grupo "Verde e Amarelo". Plínio Salgado definiu-o mesmo como o "verdamarelismo ambulante".
Mas, depois, integrou as hostes da "Antropofagia", com Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.
Publicou "Cobra Norato", que ele mesmo define como obra de "audácias extragramaticais e uma movimentação de material de camada popular", e "Urucungo", poemas negros.
"Cobra Norato" é um poema de raízes folclóricas que ultrapassa, no entanto, as lindes do ornamental para ser a fusão da linguagem poética e dialetal com o mistério de uma região feita de sortilégios, febres, dramas e tragédias – a Amazônia, "visão de um mundo paludial e como que ainda na gestação", no dizer de Manuel Bandeira. Para Carlos Drummond de Andrade é possivelmente o mais brasileiro de todos os livros de poemas brasileiros, escritos em qualquer tempo. (Fonte: Site - Esquina da Literatura).
Abaixo, trecho do poema:
Um dia
ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim.
Vou andando, caminhando, caminhando;
me misturo rio ventre do mato, mordendo raízes.
Depois
faço puçanga de flor de tajá de lagoa
e mando chamar a Cobra Norato.
— Quero contar-te uma história:
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar.
A noite chega mansinho.
Estrelas conversam em voz baixa.
O mato já se vestiu.
Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
e estrangulo a cobra.
Agora, sim,
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo:
Vou visitar a rainha Luzia.
Quero me casar com sua filha.
— Então você tem que apagar os olhos primeiro.
O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas.
Um chão de lama rouba a força dos meus passos. (...)
Para mais informações sobre Raul Bopp, indicamos o site - Jornal de Poesia.
Pedro Ivo se apresenta no "Arte em Andamento"
Imagens do dia
Para ver as fotos do evento, entre no nosso álbum:
ARTE EM ANDAMENTO |
IO AMO QUESTI BANBINI....ALEM DE SER DE ALTO NIVEL É FACIL DE SE CHEGAR.... AMO A VITA EA POESIA...
ResponderExcluirBRAVI
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