Daquele julho pra cá, já nos encontramos diversas vezes com as "meninas" e em abril, Patrícia deu uma entrevista para a revista "Aplausos.com". A entrevista foi concedida por e-mail para Filippo Leandro, diretor da revista e um dos coordenadores do Arte em Andamento.
Patrícia Tenório nasceu em Recife, tem 40 anos e três filhos.
A - O que é literatura pra você?
P - A literatura é luz, é vida, é norte. Descobri a escrita – e a leitura mais intensa também – aos 30 e poucos anos, mas hoje não consigo me imaginar sem ela. Ela me dá força, bálsamo, dá sentido ao meu viver.
A - Já em seu primeiro livro, "O Major - Eterno é o Espírito", você recebeu menção honrosa em ficção, no Prêmio Literário da Cidade do Recife (2005). Como foi essa experiência?
P - O major sempre será um carinho e uma dor ao mesmo tempo. O escrevi para a comemoração do centenário de nascimento de meu avô em 2005 – fui convidada por minha família. Eu começava a escrever, portanto para mim foi um grande aprendizado. Mas não pude lançá-lo em Recife, porque ele foi vetado pela família por causa de uma frase de uma das personagens – eram todas verdadeiras, apesar de ser uma biografia romanceada. Mas somente a dor, a falta nos permite criar. E com esta falta, criei As joaninhas não mentem – uma fábula, pura ficção. Para mim, foi um salto na minha escrita.
Patrícia Tenório lançou este ano o livro "A Mulher Pela Metade", que inclusive passa por um processo de adaptação para o teatro. Sobre esta obra, Patrícia diz: Somos “pela metade”. Homens, mulheres, seres deste tempo, de todos os tempos. Precisamos do outro, nos constituímos apenas com o outro. A mulher pela metade tenta preencher o vazio desta busca. Tenta mostrar a si mesma – inclusive à escritora que se inscreve ao escrever – a necessidade mais básica de todos nós: o amar e ser amado, o sentido de nossa existência, as lutas que travamos em nosso corpo animal para nos preenchermos e um dia sermos inteiros, e não mais pela metade.
Aos jovens escritores, Patrícia aconselha enfática:
Não há caminhos. Não há garantias. Tenha fé em si, coragem e persistência. Acredite no que escreve independente dos outros, independente até de si. Van Gogh não foi reconhecido em vida, nem por isso deixou de pintar, porque a arte era maior que ele mesmo. Leia muito, escreva muito. É preciso técnica, mas antes de tudo talento. Técnica se aprende lendo e escrevendo, mas talento se nasce com ele. E o mais importante: quando escreve, o maior beneficiado é você, porque estará se construindo. Você é o barro e o oleiro de si próprio. O resto é consequência.
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E não se esqueça! Nesta segunda, homenagearemos o mestre Pixinguinha no sarau que acontece no Restaurante Salsa & Cebolinha - Rua Gomes Freire, 517 - Lapa, a partir das 21h. A entrada é franca e o espaço aberto!
Bravo!! estou encantada. :)
ResponderExcluirÉ um prazer lêr Patricia Tenório