domingo, 9 de agosto de 2009

O DIA DE EVARISTO DA VEIGA

Nesta segunda-feira, 10/08, a partir das 20:30, teremos a edição 18 do Sarau Arte em Andamento. Completando o ciclo da semana iniciado com a matinê no último sábado realizada num clima quente e fraterno, realizaremos o recital poético em memória do poeta Evaristo da Veiga, para quem não conhece foi este poeta quem escreveu o segundo hino mais famoso do Brasil - Hino da Independência.

Exibiremos o premiado curta-metragem Stela do Patrocínio: A Mulher que Falava Coisas do diretor Márcio de Andrade (11º Festival de Cinema de Pernambuco - CinePE: Melhor documentário, 5º Curta Santos: Melhor Documentário, 35ª Jornada da Bahia : Menção honrosa, Seleção Oficial 12º Festival É Tudo Verdade e Seleção Oficial 30º Festival de Cinema de Havana)

Como de praxe, o espaço fica aberto para poetas, músicos, atores e demais artistas que queiram se apresentar com seus trabalhos ou homenagear outros artistas de quem goste.

Venha participar do nosso movimento e fazer uma linda festa das artes!

Evaristo da Veiga

Evaristo Ferreira da Veiga e Barros nasceu no Rio de Janeiro, em 1793. Filho de Francisco Luís Saturnino – professor primário e livreiro –, aprendeu a ler e a escrever com seu pai e, depois, estudou no Seminário de São José. Começou a trabalhar na livraria do pai, que era, naquele tempo, lugar de reunião de políticos e literatos que discutiam os problemas nacionais. Nesse ambiente, Evaristo passou a estudar esses assuntos com interesse. O carioca Evaristo da Veiga foi muito mais importante como jornalista do que como poeta. Em 1827, ainda jovem, lançou a sua "Aurora Fluminense", combateu os desmandos de D. Pedro I e ajudou a fazer a campanha pela Independência do Brasil.

Com a abdicação do imperador, tornou-se a palavra autorizada e ouvida, por sua moderação e patriotismo. Com seus artigos publicados no jornal e discursos proferidos na Câmara (foi deputado algumas vezes), ajudou a impedir que se levasse a efeito o desmembramento do país naquela época.

Sofreu um atentado em 1832, quando foi ferido no rosto por uma bala, mas não se intimidou e continuou a luta. Evaristo influiu decisivamente na formação da Regência provisória e, até a data de seu falecimento prematuro, em 1837, sua opinião sempre foi levada em conta pelo Governo. Escreveu vários hinos patrióticos, inclusive a letra do Hino da Independência, música do Imperador D. Pedro I.

Soneto ao Brasil
Evaristo da Veiga

Minha Pátria, oh Brasil! tua grandeza
Por léguas mil imensa se dilata
Do Amazonas caudoso ao rico Prata,
Os dois irmãos sem par na redondeza:

Das tuas serranias na aspereza,
Na fechada extensão da intensa mata,
No solo prenhe d'oiro se recata
Tosca sim, mas sublime a Natureza:

Da antiga Europa os dons em ti derrama
junto dos mares a civil cultura,
Que das artes, e Indústria os frutos ama:

De teus filhos o amor mil bens te augura,
E aos lares teus a Liberdade chama:
Não: não tens que invejar maior ventura.

(de 17 de outubro de 1821)

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