segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PERCURSO AFETIVO DE TARSILA

Antropofagia (1929)

A vida de Tarsila do Amaral é tão rica de nuances quanto sua obra. E parte desse percurso pode ser conferido no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro. 

A artista, nascida em Capivari/SP no ano de 1886 e falecida em 1973 é mais conhecida nas escolas por causa de duas obras: O Abaporu e Antropofagia. Sem dúvida alguma, emblemáticas, mas que nem de longe conseguem compactar a capacidade artística da pintora. 

A Boneca (1928)
Na década de 20, ainda bastante rica, Tarsila estudou na França onde pintava modelos nus e somente em 1922, apresentada por Anita Malfatti a Oswald de Andrade, que se tornaria seu marido e a Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, é que a artista passaria a integrar os ideais modernistas, tanto que se tornou a musa do movimento - foi sua obra Abaporu (que significa "homem que come carne de homem") que inspirou Oswald ao movimento antropofágico. 

Mas Tarsila foi além. Depois de abandonada por Oswald que se enamorou de Pagu e perder toda sua fortuna por causa da crise de 29, ela foi para a União Soviética e chegou a trabalhar como operária e pintora de portas e paredes. Iniciou sua fase Social, de onde outra famosa obra surgiu: "Operários". Mas a artista também se aproximou do cubismo e essa influência pode ser percebida em alguns quadros expostos no CCBB.

Os curadores artísticos da exposição "Tarsila do Amaral - Um percurso afetivo" dizem ter se baseado em um caderno de viagens da artista para compor a exposição. Suas obras ocupam duas salas pequenas e uma maior do CCBB, bem inferior à exposição de Anita Malfatti em 2010. Vale a pena porque há 43 anos o Rio de Janeiro não tem a oportunidade de ver as obras de Tarsila expostas, mas ainda é pouco. 

Anjos (1924)
Os quadros não seguem necessariamente uma ordem cronológica o que dificulta aos não "iniciados" uma noção do desenvolvimento artístico da pintora. Por ser um percurso afetivo, faltam também informações a respeito da vida de Tarsila. 


O público pode deixar as expectativas de lado, o Abaporu não se encontra no CCBB, tampouco Operários ou A Negra. Os curadores explicam que é muito difícil reunir a obra de Tarsila numa exposição, já que há muitas pelo mundo que demandam sua presença. 

Para um primeiro contato pode ser o bastante, mas agora aguardamos um percurso mais completo sobre a obra da artista que influenciou com sua sensibilidade o Modernismo brasileiro.

Tarsila do Amaral - Percurso afetivo
Até 29/04 (exceto às segundas-feiras)
CCBB Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 66
Entrada franca


Saiba mais sobre Tarsila no site www.tarsiladoamaral.com.br

ARTE EM ANDAMENTO

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