quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SARAU DOS POETAS MORTOS

O nome parece meio mórbido, mas na verdade o que faremos na próxima segunda, 02/11 a partir das 20:30, é uma celebração aos poetas que já se foram, mas que deixaram vivas suas obras para que nos encantemos.

Como já diria Nietszche: "Temos a arte para não morrer de verdade".

Venham dizer ou ouvir poesia, música e celebrar a arte!

O espaço fica sempre aberto para quem quiser se apresentar com textos, instrumentos musicais, performances.

Teremos também na próxima quinta-feira, 05/11, o Arte em Andamento Lapa, no Bar da Ladeira.

O Arte em Andamento Lapa será seguido de uma roda de samba animadíssima e quem quiser pagar metade do preço (R$ 5,00), basta enviar seu nome e de quem quiser para a lista amiga através deste mesmo e-mail: arteemandamento@gmail.com

Funeral Blues - W. H.. Auden

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.

Tradução:

Que parem os relógios, cale o telefone,

jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás.

Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu.
Que as pombas guardem luto — um laço no pescoço —
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu.

Era meu norte, sul, meu leste, oeste, enquanto
viveu, meus dias úteis, meu fim-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana.

É hora de apagar estrelas — são molestas —
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo doravante.

(tradução de Nelson Ascher)


Nesta versão, a soprano Alessia Mankovskaya com Andrea Kmecova ao piano interpretam a versão musicada do poema composta por Benjamin Britten (1913-1976.



E não percam o SARAU DOS POETAS MORTOS na próxima segunda-feira, 02/11.
Teremos também BAR DA LADEIRA na quinta-feira, 05/11 com poesia, música e depois roda de samba. Lista amiga R$ 5,00 - mande seu nome e de seus amigos para arteemandamento@gmail.com

terça-feira, 27 de outubro de 2009

COMO ENCARAR A MORTE - Carlos Drummond de Andrade

Segundo a votação que colocamos no blog, Carlos Drummond de Andrade foi escolhido pelos leitores, como o poeta morto favorito.

Por este motivo, colocamos aqui seu poema "Como Encarar a Morte"
Negrito


Lembrando que na próxima segunda-feira, 02/11, realizaremos o SARAU DOS POETAS MORTOS para trazermos à vida a obra dos nossos poetas preferidos.


De longe

Quatro bem-te-vis levam nos bicos
o batel de ouro e lápis-lazúli,
e pousando-o sobre uma acácia
cantam o canto costumeiro.

O barco lá fica banhado
de brisa aveludada, açúcar,
e os bem-te-vis, já esquecidos
de perpassar, dormem no espaço.

À meia distância

Claridade infusa na sombra,
treva implícita na claridade?
Quem ousa dizer o que viu,
se não viu a não ser em sonho?

Mas insones tornamos a vê-lo
e um vago arrepio vara
a mais íntima pele do homem.
A superfície jaz tranquila.

De lado

Sente-se já, não a figura,
passos na areia, pés incertos,
avançando e deixando ver
um certo cógifo de sandálias.

Salvo orsto ou contorno explícito,
como saber que nos procura
o viajante sem identidade?
Algum ponto em nós se recusa.

De dentro

Agora não se esconde mais.
Apresenta-se, corpo inteiro,
se merece nome de corpo
o gás de um estado indefinível.

Seu interior mostra-se aberto.
Promete riquezas, prêmios,
mas eis que falta curiosidade,
e todo ferrão de desejo.

Sem vista

Singular, sentir não sentindo
ou sentimento inexpresso
de si mesmo, em vaso coberto
de resina e lótus e sons.

Nem viajar nem estar quedo
em lugar algum do mundo, só
o não saber que afinal se sabe
e, mais sabido, mais se ignora.


sábado, 24 de outubro de 2009

ORIGEM DO DIA DE FINADOS

A escolha da data se deu em virtude do dia de todos os santos, primeiro de novembro, pois os religiosos acreditavam que todas as pessoas, ao morrerem, entram em estado de graça, mesmo não sendo canonizados.

A cultura de dedicar um dia para homenagear os mortos varia muito de localização ou religião, mas segue os princípios do catolicismo, pois a partir do século XI, os papas Silvestre II, João XVII e Leão IX passaram a exigir tal celebração.

No México, ao invés de melancolia, os mortos são homenageados com grandes festas. Isso faz com que o país receba visitas de turistas de todo mundo.

Existem alguns símbolos que são muito utilizados no dia dos mortos para homenageá-los. Os crisântemos representam o sol e a chuva, a vida e a morte e por serem flores mais resistentes são muito usadas nos velórios. As velas significam a luz do falecido, as coisas boas que eles deixaram para seus parentes vivos.

Muitas vezes, no dia de finados, o tempo fica nublado ou chuvoso. As crenças populares dizem que isso acontece porque as lágrimas das pessoas são derramadas dos céus.

Crendices populares dizem que não se deve levar terra de cemitério para dentro das casas, pois pode levar azar. Outros afirmam que comer a última bolacha de um pacote pode causar a morte da pessoa que comê-la.











Foto de Filipe Couto


Sabendo um pouco mais sobre isso, não deixe de ir à edição 24 do Sarau Arte em Andamento. No dia 02 de novembro, faremos o Sarau dos Poetas Mortos. Perder por quê?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

AS PARTICIPAÇÕES DA NOITE


A noite de hoje realmente será muito especial.

O Sarau Arte em Andamento acontecerá junto com o Ponte de Versos e a participação do poeta português Luís Serguilha.

Conheça um pouco das poetas que apresentarão hoje um poema de Serguilha.


Adriana Monteiro de Barros
é carioca,atriz, jornalista e poeta por opção. Em
2004, venceu o III Festival Carioca de Poesia e no ano seguinte foi homenageada com uma moção honrosa pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

Autora do livro de "PIANOS INVISíVEIS" lançado em 2008 pela editora Ibis Libris. Participou de várias antologias, como os 8 anos da Ponte de Versos, lançado este ano na Primavera dos Livros.

Atualmente frequenta os eventos dos amigos e dos quais é convidada e ao seu blog:
http://www.dascoisasqueeunaosei.blogspot.com




Cristina Terra, jornalista formada pela PUC-RJ com especialização em Artes Plásticas e Moda varios artigos e textos publicados em revistas e catalogos de arte. Poeta com poemas publicados em três antologias: duas pela Ponte de Versos 4 anos e 8 anos, e outra Poetas da República editor Ricardo Ruiz. Fundadora e ativista do MOVIMENTO PRÓ-MAIKÓVSKI POESIA VIVA, desde 1981. Madrinha da Ponte de Versos e Parceira/cúmplice na Confraria de Arte Brasileira que produz o Projeto Arte em Andamento. Acredita que SÓ A ARTE SALVA.

Elaine Pauvolid, poeta e ensaísta, é carioca, de 1970. No prelo o livro Vertentes, coletânea de poemas e fortuna crítica que será lançado em parceria com os autores: Márcio Catunda, Marcio Carvalho, Ricardo Alfaya e Tanussi Cardoso. No prelo, participação no livro Poemas que latem ao coração: os mais belos poemas sobre cães.


Autora de Leão lírico , livro independente, lançado dia 2 de junho de 2008 na Livraria da Travessa de Ipanema.

Ganhadora do prêmio Biguá, concedido pela SADE - Sociedade Argentina de Escritores, de 2006. Em 2003, juntamente com os poeta Márcio Catunda, Ricardo Alfaya, Tanussi Cardoso e Thereza Christina Rocque da Motta, lançou o livro Rios, pela Ibis Libris.

Seu segundo livro chama-se Trago (edição artesanal da autora, 2002), prefácio de Gerardo Mello Mourão, foi lançado no evento ConVerso no Café,coordenado pelo grupo Poesia Simplesmente, no Café do teatro Glacio Gil.

Colabora com resenhas literárias nos principais jornais do Rio de Janeiro desde 1999. Edita Aliás, revista eletrônica de cultura, de periodiciade trimestral. Em 1998, estreou como poeta com Brindei com mão serenata o sonho que tive durante minha noite-estrela... (Imprimatur/7 Letras).


Thereza Christina Rocque da Motta, nascida em São Paulo em 10 de julho de 1957, é poeta, advogada, editora e
tradutora. Publicou Relógio de Sol (1980), Papel Arroz (1981), Joio & trigo (1982, 1983, 2004), Areal (1995), Sabbath (1998), Alba (2001), Chiaroscuro – Poems in the dark (2002), Lilacs/Lilases (2003), Rios (2003) e o pôster-poema “Décima lua” (1983), além de participar de diversas antologias, como Carne Viva, organizada por Olga Savary (1984) e Ponte de Versos: 8 anos (Ibis Libris, 2008).

Traduziu romances de Thomas H. Cook e Sue Monk Kidd, crônicas de Charles Dickens e Oscar Wilde, e também poemas de Anne Morrow Lindbergh (O Unicórnio e outros poemas, Ibis Libris, a sair), Sylvia Plath, Byron, Shelley, Keats, Yeats e Shakespeare (44 Sonetos escolhidos, Ibis Libris, 2006 e 154 Sonetos, Ibis Libris, 2009), livros de não-ficção de John Grogan (Marley & Eu), de Greg Mortenson e David O. Relin (A terceira xícara de chá) e romance juvenil de Nina Bernstein (Um livro mágico).

Organiza a Ponte de Versos desde setembro de 2000. Fundou a Ibis Libris em 2000 (www.ibislibris.com.br).

Lembrando que quem não puder comparecer ao sarau, haverá transmissão AO VIVO pelo blog.

Participe durante a transmissão com e-mails, mensagens no blog ou no Twitter!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ANDANDO NA PONTE DE VERSOS E ARTE

Nesta SEGUNDA, 19/10, as 20:30 faremos a edição 23 do Sarau Arte em Andamento.

Esta noite será imperdível porque estamos confraternizando com outro importante sarau literário carioca, o PONTE DE VERSOS, que acontece há 9 anos!

O sarau será ainda mais especial porque receberemos o poeta português LUÍS SERGUILHA e a participação das poetas
Adriana Monteiro de Barros, Cristina Terra, Elaine Pauvolid e Thereza Christina Rocque da Motta.

A tradicional participação do PROJETO PSYOU é garantida e como de praxe o espaço fica aberto para quem quiser ler poesia, tocar, cantar e fazer conosco uma grande festa das artes!


E MAIS!

O Sarau Arte em Andamento desta segunda-feira, será exibido AO VIVO pelo blog.


Não passe por aqui sem cruzar esta ponte e alimentar a alma!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

UM TEXTO DE LUÍS SERGUILHA

O poeta português Luís Serguilha estará presente no Arte em Andamento da próxima segunda-feira. Enquanto o sarau não chega, leia um texto do poeta.

As masmorras minerais recortam os vencedores dos bilhares glandulares

superiormente dissimulados na exaltação das praxes-bidões de sífilis

onde um exército de detergentes-galgos triturados

pelos dédalos viscerais dos cobradores de abafos fotográficos

explicam a ancestralidade dos exílios dos chocalheiros

como os telefones das cascavéis a calafetarem as detonações gangrenadas das avelãs

sobre as escalas das tábuas dissecadas

pelas assembleias serpenteantes dos melros atlânticos

As cortinas embaladoras de percentagens e de continências rígidas aprovam as vírgulas dos tendões-barbitúricos

que domesticam os pára-raios das pedrarias da circunspecção e os habitantes espontâneos dos aeroportos desalojam

os batalhadores de néons para carregarem o labirinto das saias avarentas

até ao quintal ascendente dos eléctricos da monstruosidade

onde as patas dos respiradouros dos dilúvios químicos

fecham provisoriamente

as dobraduras perfeitas dos desfiladeiros indomáveis

As porcelanas desveladas roçam sabiamente

no cadastro imarcescível dos dedais

e as lojas dos uivos asmáticos circunscrevem

os infractores orgásticos dos códigos

que antecipam o equilíbrio dos açucareiros desconhecidos

Os perfis hidrófobos continuam a incendiar os sorvos ilegíveis

das rabecas espongiformes e as ruas envenenam-se de biografias glaciares

para suplementarem as crostas fluorescentes

que colidem nos voos rasantes dos pássaros-solários


SARAU ARTE em ANDAMENTO - Edição 23 - Nesta segunda-feira, 19/10, as 20:30 - Rua Silveira Martins, 135 - Catete.
Não perca!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O QUE DIZEM SOBRE LUÍS SERGUILHA

A poetisa Camila Vardarac deu a seguinte declaração a respeito de Luís Serguilha:

os textos de luis serguilha são expansivos, distantes da linguagem habitual, a qual estamos acostumados - apoastros ao mesmo tempo em que são cariopses no sentido de que, pelo estranhamento da linguagem, abandonamos a lógica e sentimos mais a fundo, na semente (instintivamente) o que essa linguagem do não-lugar nos pretende passar. portanto, os textos de serguilha nos permitem um afastamento máximo de nós ao mesmo tempo que provocam uma imersão profunda em nós.

Glossário:

apoastro: ponto da órbita de um astro, gravitando ao redor de outro, em que a distância entre os dois corpos é máxima.

cariopse: fruto que apresenta o pericarpo preso à semente, confundindo-se com ela.

Então amigos, não dá para perder nosso próximo sarau na segunda-feira. Arte em Andamento e Ponte de Versos esperam por vocês.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

LUIS SERGUILHA NA EDIÇÃO 23

A próxima edição do Arte em Andamento será histórica!

Em primeiro lugar porque faremos uma reunião entre nosso sarau e o Ponte de Versos, um projeto literário importantíssimo para o cenário cultural no Rio de Janeiro.

Em consequência dessa união, o Arte em Andamento receberá o poeta e ensaísta português Luís Serguilha. O poeta nasceu em Vila Nova de Famalicão, Portugal. Coordenador de uma Academia de Motricidade-Humana. Poeta e ensaísta, suas obras são: O périplo do cacho(1998), O outro (1999), Lorosa´e Boca de Sândalo (2001), O externo tatuado da visão (2002), O murmúrio livre do pássaro (2003), Embarcações (2004), A singradura do capinador (2005), Hangares do Vendaval (2007), As processionárias (2008), Roberto Piva e Francisco dos Santos: na sacralidade do deserto, na autofagia idiomática-pictórica, no êxtase místico e na violenta condição humana (2008), estes últimos em edições brasileiras. Seu livro de prosa intitula-se Entre nós, de 2000, ano em que recebeu o Prémio de Literatura Poeta Júlio Brandão. Participou em vários encontros internacionais de literatura e possui textos publicados em diversas revistas de literatura no Brasil, Espanha e em Portugal, além de outros trabalhos traduzidos em língua espanhola e catalão. Responsável por uma colecção de poesia contemporânea Brasileira na Editora Cosmorama.

Já perceberam que vai ser fantástica a noite, não? Então acompanhe durante a semana poemas e informações sobre o nosso próximo sarau que será na segunda-feira, dia 19/10.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ARTE EM ANDAMENTO ESPECIAL - ENTRADA MAIS BARATA


Amanhã a edição especial do Arte em Andamento terá entrada mais barata para os amigos do projeto: R$ 10,00.

Glaucia Chris fará conosco uma deliciosa apresentação e teremos também a presença do Projeto Psyou,

Enquanto não chegamos a amanhã, assistam um trecho de "Poema Demorado" de Glaucia Chris.


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

GLAUCIA CHRIS NO ARTE EM ANDAMENTO ESPECIAL

Confira o videoclipe da música "Chuva Fina" de Glaucia Chris.
Glaucia fará um pocket show no Arte em Andamento Especial nesta Sexta-feira.



Rua Major Rubens Vaz, 556 - Gávea, a partir das 19h.
Entrada R$ 15,00.
Confira!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ARTE EM ANDAMENTO ESPECIAL



Na próxima sexta-feira, 09/10, as 19h, teremos uma edição especial do Arte em Andamento.

Nesta edição, teremos a presença musical de Glaucia Chris apresentando seu pocket show e a tradicional participação de Pablo Henrique e Projeto Psyou.

Esta edição será realizada na Oficina de Música Sônia Joppert, na Rua Major Rubens Vaz, 556 ,no Baixo Gávea e a entrada custa R$ 15,00.

O espaço, como de praxe, ficará aberto para quem quiser chegar e se apresentar com poemas, músicas e fazer conosco uma linda festa das artes!